Cirurgia Robótica
Homem e robô a serviço da vida
História
Em 1995, surge a empresa pioneira no setor: Intuitive Surgical. Em janeiro de 1999, ela lança o sistema Vinci Surgicale, em 2000, este já é o primeiro sistema robótico cirúrgico aprovado pelo FDA para uso em cirurgia laparoscópica. Nos anos seguintes, FDA amplia a lista de aprovações: toracoscopia, procedimentos cardíacos, urológicos, ginecológicos, pediátricos e de cabeça e pescoço transorais.
No Brasil, a tecnologia chegou em 2008 ficando inicialmente concentrada no estados do Sudeste. Nos último anos, a disseminação de robôs cirúrgicos pelo país evolui até que, em 2019, Salvador inaugura suas duas primeiras plataformas robóticas. Esse fato contribui para democratizar a via robótica para os pacientes baianos. Não mais é necessário recorrer ao turismo de saúde fora do estado a fim de se beneficiar da via robótica.
Conheça a plataforma robótica
A plataforma robótica possui 3 componentes: console do cirurgião, carro do paciente e carro de visão. Vamos entender cada uma:
1. Console: Parte do sistema onde o cirurgião atua sentado comandando o robô. O profissional coordena os movimentos da máquina através de joysticks com seus dedos e punhos. Suas ações são reproduzidas em tempo real pelo sistema para executar atos de apreensão de estruturas, secção de tecido (corte), suturas e remoção de órgãos.
2. Carro do paciente: Porção do robô que permanece em contato com o pacientedurante todaacirurgia.Essecarropossui4braçosmecânicos,sendoque num necessariamente está a câmera, enquanto que nos remanescentes podem ser acoplados instrumentos com finalidades diversas. Exemplo: tesoura, porta agulha para suturas, pinças de apreensão e dissecção, pinça seladora de vasos, suctor para aspiração de líquidos, grampeador intestinal e até mesmo transdutor para ultrassom intracorpóreo. É importante lembrar que sempre haverá um médico cirurgião (conhecido como primeiro auxiliar) ao lado do paciente. Este corrige problemas relacionados ao equipamento, troca pinças, grampeia vasos e fornece fios ao cirurgião principal dentro interior do paciente. A atividade deste profissional requer preparo e sintonia com o colega que encontra-se no console para o êxito do procedimento.
3. Carro de visão: É a central de processamento que traduz o movimento das mãos do cirurgião num comando a ser executado em tempo real pelas pinças no interior do paciente. É o cérebro do robô. Um hub de integração.
Recados Importantes
- O robô não opera sozinho: é comandado pelo cirurgião. Sempre há um cirurgião auxiliar em contato direto com o paciente.
- O robô cirúrgico existe há mais de 20 anos, ultrapassando 7,2 milhões de procedimentos. Nos EUA existem mais de 3500 mil plataformas. Mais de 80% das remoções de próstata naquele país são através da via robótica.
- Segurança e melhores índices de cura são prioridade. Em algumas situações por circunstâncias técnicas, a cirurgia deve ser realizada pela via tradicional (cirurgia aberta) ao invés do acesso robótico. Destarte, a meta sempre é realizar o melhor procedimento possível para o caso do paciente e a escolha da via cirúrgica faz parte do planejamento.
- A inovação e avanço estão em curso. Novas gerações de sistemas robóticos vêm surgindo ampliando as possibilidades de tratamento e oferecendo uma melhor recuperação pós-operatória.
Cirurgia Robótica
A Cirurgia Robótica é um avanço da técnica minimamente invasiva de laparoscopia, em que o cirurgião controla braços mecânicos de um robô através de um console. Isso permite maior precisão dos movimentos. Além das vantagens trazidas pela laparoscopia, que são redução das incisões, diminuição da perda de sangue e diminuição do tempo de cura e cicatrização, o robô permite uma melhor manipulação dos tecidos e uma visão tridimensional, melhorando a performance da cirurgia. Em Salvador temos, até o momento, duas plataformas robóticas em funcionamento: uma no Hospital São Rafael, (Rede D’or) e outra no Hospital Santa Izabel.
Vantagens e segurança
- Visão estável de alta definição em 3 dimensões (3D) com magnificação (possibilidade de aumento da imagem superior a 10 vezes). A plataforma oferece uma real percepção de profundidade das estruturas;
- Maior liberdade e precisão dos movimentos (braços articulados). O sistema executa as ações com destreza e maior amplitude dos instrumentos em relação a laparoscopia convencional. Permite ainda que os cirurgiões operem em partes do corpo difíceis de alcançar pelos outros acessos;
- Filtro de tremor: a máquina impede que pequenos movimentos inadvertidos de vibração da mão do cirurgião sejam transmitidos pelas pinças ao operar o paciente;
- Ergonomia: cirurgião trabalha sentado numa posição mais confortável do que a laparoscopia. Isso evita dores nos ombros, costas ou joelhos. Isso é especialmente importante em procedimentos longos favorecendo o profissional ter adequada condição de atuar mesmo após 3 horas ininterruptas;
- Incisões pequenas com melhor aspecto estético do que os cortes grandes da via tradicional;
- Minimiza dor e sangramento;
- Redução do tempo de internação quando comparado a cirurgia aberta, assim como tem menor índice de reinternação por complicações na cirurgia de próstata;
- Volta mais breve às atividades habituais;
- Paciente pode ter retorno mais rápido da função erétil e da continência urinaria. Há expectativa de redução dos índices destas sequelas.